sexta-feira, 3 de junho de 2011

CEB’s ou RCC?

A Igreja tem como referência a caridade e união entre os irmãos, mas um assunto tem dividido opiniões entre os fiéis. Trata-se das maneiras de se celebrar, cantar, pregar, enfim. Se a RCC (Renovação Carismática Católica) afeta positivamente ou não estes pontos doutrinários, por exemplo.

Por tratar-se de um movimento que começou com alguns pastores protestantes estadunidenses, há certa resistência às expressões desse grupo. Isso se vê mais evidentemente no que diz respeito à música na liturgia e/ou à música popular católica.

A Igreja recentemente sofreu uma transformação, uma verdadeira renovação em sua estrutura, isto é, na maneira de se comunicar com os cristãos. Um fenômeno chamado João Paulo II mudou a Igreja que até então se conhecia. Houve uma abertura muito especial para o jovem católico.

Tal abertura possibilitou, ou melhor, fomentou (dentre outras coisas) a criação do que convencionou-se chamar de nova música católica. Aqui no Brasil a mudança partiu de nomes como Pe. Zezinho e Pe. Joãozinho. Muito se deve a esses dois por suas significativas contribuições. O uso de guitarras elétricas, baixos, sintetizadores etc. foi resultado da ousadia desses homens de Deus.

A música católica evoluiu não só nos termos técnicos, mas também nos profissionais, nas letras etc.

Mas como se diz, “O buraco é mais embaixo!”.

Divisão, mesmo, se mostra nas duas formas de expressão dessa música: CEB’s (Comunidades Eclesiais de Base, quero dizer, sua música) e Carismáticos (ou Renovados, como também gostam de ser chamados).

Hoje, dentro da igreja, nota-se formações de “panelinhas”: “ah, aquele grupo é muito moderninho!” e “o padre fulano não ora em línguas” ou ainda “esses cantos não podem ser cantados na missa, não são litúrgicos...”, “” não gosto disso... não gosto daquilo...” enfim. São muitas as opiniões, e muitos mais os desacordos.

Falta no entanto, esclarecimento da ambas as partes. É necessário que a Igreja se conheça. Não há comunhão onde não há partilha, não há igualdade onde só há desiguais. Não há fraternidade onde falta o respeito e o amor entre os irmãos.

Erra-se feio em dizer que a música de caráter “Cebista” é ruim, malfeita ou retrógrada, outrossim que a música “carismática”, isto é, “renovada” é muito “moderninha”, não pode ser litúrgica, não é católica etc. Surge com esse novo momento da Santª Madre Igreja, a importância de olhar o outro, despido de todo e qualquer preconceito.

Todo ministério de música sofre (acredito) certa pressão das extremidades sobre o que cantar na missa. Desagradar a uns e agradar a outros...

O músico e presidente da gravadora católica CODIMUC®, Eraldo Mattos, declarou recentemente:

“Quando eu era adolescente, ia às missas e ficava ouvindo o coral cantar (mal, desafinado...). Não me contive. Perguntei ao padre: ‘padre, porque a música é tão ruim? ’ ao que ele me respondeu ‘Por que ninguém faz melhor!’ Desde então tenho dedicado minha vida a isso... música católica de qualidade”.

Portanto, a partir daí podemos depreender que não se trata de que música cantar, e sim como cantar. O respeito à liturgia é o que interessa. Entretanto, deve-se levar em conta que além de não ferir a liturgia, deve-se tomar o cuidado de não ferir os ouvidos e sempre tentar tocar as almas. Trazer o coração do fiel para mais próximo de Deus e fazer com que aquele medite a Palavra Deste último, de corpo e alma, é o objetivo primário da música na liturgia.

Seja ao som do coral Palestina, de Zé Vicente, Pe. Zezinho, Anjos de Resgate, Ministério Adoração & Vida, Adriana... O importante é Deus e sua Palavra.

Paz e bem!

Post Scriptum: Por favor, vote em nossa enquete sobre este tema. Deus Abençoe!


(Rafael Campos)

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